Secretaria de
Saúde de Pernambuco tenta regularizar situação.
Medicamentos para lúpus, esquizofrenia e outros estão em falta.
Medicamentos para lúpus, esquizofrenia e outros estão em falta.
Do G1 PE
Pacientes de
doenças como lúpus, mal de Parkinson e esquizofrenia estão indo à Farmácia do
Estado, no bairro da Boa Vista, na região central do Recife, e voltado de mãos vazias. Os
medicamentos receitados pelos médicos, que deviam ser fornecidos gratuitamente
pelo governo, estão em falta. Algumas pessoas relatam espera de meses pelo
medicamento.
Com uma filha
adolescente com lúpus, doença que não tem cura, Josinete Soares acordou cedo
nesta segunda (15) para buscar a medicação, a hidroxicloroquina. O lúpus é uma
doença que causa desequilíbrio no sistema imunológico, onde em vez de defender
os órgãos do corpo contra vírus e bactérias, o sistema passa a atacar o próprio
organismo.
"Desde
novembro eu venho aqui e está faltando a medicação. A gente mora em Candeias,
me deram três número e eu ligo para cá e ninguém atende. Minha filha não pode
ficar sem a medicação, é uma doença controlada", afirma a mãe.
A situação não
é nova. Em julho de 2015, pacientes com doenças crônicas tambémdenunciaram a falta de
medicamentos na Farmácia do Estado. A motorista Simone
Soares tem uma filha diabética e foi buscar o material para as aplicações da
filha, mas saiu insatisfeita. “Quando tem a medicação, falta a fita de insulina
e a agulha. Por mês, ela [a filha] gasta 150 fitas, que é R$ 300 reais só de
fita e R$ 100 de uma caixa de agulhas todo mês. Vou ter que botar na justiça
para ter isso.”, aponta a motorista.
A professora
Doralice Paes foi em busca de um remédio chamado aripiprazol, utilizado em
casos de esquizofrenia. Ela relata que o governo informou que não havia o
medicamento e que não vai fornecer outro para substituí-lo.
"Desde
fevereiro de 2015 a farmácia diz que não tem esse medicamento. Pedi para o
médico uma medicação alternativa e eles também dizem que não tem, Uma pessoa
que tem uma doença crônica não pode ficar mudando de medicação o tempo todo. Os
remédios são caros e o estado tem que ter obrigação de prover a população essas
medicações", afirma a professora.
Maria José da Silva tem medo das consequências do Parkison (Foto:
Reprodução/TV Globo)
Algumas pessoas
já não sabem mais o que fazer para conseguir os medicamentos. Com mal de
Parkinson, Maria José da Silva se aflinge com as possibilidade da doença
evoluir. "Há quatro meses que não tenho meus medicamentos. Eu não tenho
condições de comprar, é R$ 800. O mal de Parkinson paralisa os membros e eu
tenho medo de ficar toda entrevada", diz.
Nem decisão judicial está sendo cumprida
Nem decisão judicial está sendo cumprida
Nem decisão
judicial possibilita a entrega dos remédios. Jailton da Silva tem um irmão que
está com câncer. e conseguiu na justiça uma liminar obrigando o estado a
fornecer o medicamento. A liminar saiu no dia 25 de janeiro e dava 72h para
liberarem o remédio. Mas, até então, o remédio segue em falta.
Farmácia do estado (Foto: Reprodução/TV Globo)
"Cheguei
aqui hoje e me disseram que o remédio está em falta. A justiça manda, dá uma
liminar de 72h e ainda está em falta. O remédio custa R$ 7 mil. A gente fica
vendo meu irmão morrer porque não tem a medicação e eu estou
desempregado", finaliza.
Em nota, a
Secretaria de Saúde informou que a Farmácia de Pernambuco tem feito todos os
esforços para manter regularizada a entrega de remédios aos pacientes do SUS.
Em relação aos remédios requisitados por ação judicial, a Secretaria disse que
há um processo de compra que leva um tempo para ser concluído.
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